Impressões do antes (ou, eu irei, ele irá...eles irão). No princípio era o verbo, a verba, e depois o destino. Para além de assumir a tradução portuguesa homónima do verbo propício à viagem, quando o Irão se torna destino e não verbo conjugado no futuro do indicativo, é pelo fascínio que ele provoca que se decide roer caminho até lá! Por ser um país embriagado em costumes alimentados pela sua língua - o farsi, pela sua história, por aquela religião - o Zoroastrismo, pelo seu povo, e até pela sua polícia, a dos costumes. Durante trinta dias vestimos essa cultura com vontade de saber o que é ter aquela visão, esta audição, muito paladar, algum tato e um olfato persa, no masculino e no feminino. Fazemos as malas do estrito necessário, dobrando a novidade e o inesperado para deixar espaço para o que trouxermos de lá.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Procura-se: atleta Pahlavan




A International Zurkhaneh Sports Federation fundada em 2004 e com sede em Teerão,  diria: Procura-se Pahlavan (atleta de Zurkhaneh) com disponibilidade completa ao pôr do sol, com uma folga semanal à sexta-feira. O treino reforça a destreza muscular, resistência respiratória, flexibilidade, resistência muscular e o sistema cardiovascular. Força, velocidade, vivacidade, equilíbrio e coordenação são as aptidões solicitadas.
Para ser um verdadeiro Pahlavan deverá respeitar um código moral e religioso – a Javânmardî. Exige-se humildade, generosidade, virtude, caridade e piedade, o respeito pela lei, a coragem e a salvaguarda das tradições nacionais. 


Pa Zadan – o aquecimento
Consiste em saltos e movimentos circulares dos braços e dos pés. 



Sang Gereftan - o escudo
Dois escudos em madeira de 20 a 40 quilos e de 70 a 110 centímetros de comprimento são movimentados da esquerda à direita. Deitado no chão, o Pahlavan levanta e baixa o Sang, sem este poder tocar no chão. 

Shena Raftan - as flexões
Formando um círculo no recinto, o Pahlavan apoia o peso do corpo numa peça de madeira (takhteh) de 10 centímetros de espessura e 70 de comprimento. As flexões são efetuadas ao ritmo do Morshed



Mil Gereftan – os pesos
Ideais para manter uma forma de lutador, difíceis de levantar para um peso pena. Ao primeiro toque do sino, e ao ritmo das percussões, o Pahlavan gira os pesos à volta dos ombros, ou exibe a sua agilidade com malabarismos. Um peso de 2 a 50 kg em cada mão, o Pahlavan pode descansar os pesos nos ombros. 






Charkh Zadan – o rodopio
Inspirados nos iniciados ao Caminho Sufi, a célebre prática dos dervixes rodopiantes na mística Samâ testa a agilidade de um Pahlavan. O mais novo inicia o exercício, repetido por todos os lutadores sucessivamente. Começando a rodopiar devagarinho, aumentando a velocidade, o lutador determina quando o exercício chegou ao fim, ao sentir alguma perda de controlo ou ao sentir-se atordoado, deixando o seu lugar ao próximo, sob os aplausos do público.



Kabbadeh Zadan – o arco
O Kabbadeh é um instrumento de metal em forma de arco, pesando de 7 a 10 quilos. Substituindo a corda do arco, uma corrente é decorada por discos de metal. O exercício consiste em levantar o Kabbadeh por cima da cabeça, balançando o instrumento de forma que desenhe uma linha horizontal fictícia, comprovando a destreza e força de um Pahlavan.


Niayesh - a oração
A oração, liderada pelo Morshed, abre e fecha o treino. Esta faz referência à crença dos lutadores. Rezam pela glória do país, pelo respeito dos seus atletas e por se manterem em caminho de virtude. No final, cada Pahlavan deixa o recinto de forma hierárquica. 









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