Se era possível fazer vida de bazar, mesquitas e restaurantes tradicionais era, mas quando se entra no Gol-e Razaieh sente-se que se presencia a algo peculiar, diferente do que vimos até agora. Com 75 anos de existência, Gol-e Razaieh é um dos cafés mais antigos de Teerão.
Revela-se como uma pérola de resistência contra as restrições do governo. Quem o abriu foi o avô dos dois jovens que o gerem neste momento. Quem o decorou foi o tio artista. Graças a ele, as paredes vestem-se de posters de The Beatles, Queen, Pink Floyd, The Doors e tantos outros. Na entrada, um retrato de Bob Marley está exposto, vizinho ao de Che Guevara, prontos a vociferar liberdade e revolução.
Tal decoração parece comum em qualquer café europeu ou quarto de adolescente, mas quando afirma-se numa rua movimentada de Teerão (Sir Tir Street) torna-se motivo para o café sofrer de constantes ameaças de ser fechado. A música jazz e rock transforma--se no braço direito deste espírito contestatário.
Era um favorito dos artistas, jornalistas, e autores até a revolução. Hoje em dia continua a ser frequentado por alguns deles. Orgulhosos da presença de um dos autores mais importantes da literatura persa, a mesa onde se sentou Sadeghhedagat não é utilizada por mais ninguém desde a sua morte mas continua posta e é limpa todos os dias religiosamente.
Juntando o útil ao agradável, o que nos levou até lá foi o Khroresht caseiro difícil de encontrar noutro sítio da cidade. Prato tradicional iraniano, quem se cola aos tachos é a mãe. Foram-nos servidos dois tipos de Khoresht. Gheymeh é ensopado de carne de vaca com ervilhas amarelas, tomate e batata temperado com canela, pimenta preta e açafrão e o Khoresht Karafs é um ensopado de borrego acompanhado com aipo, menta, salsa com sumo de limão.
a comida parece fantástica :D
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