Hameed Mousavi, um dos 12
milhões de tehrani, é recepcionista do nosso primeiro hostel.
Foi um dos iranianos mais perspicazes e prestáveis que conhecemos
com um humor irónico cheio de sucesso no hostel.
Um sítio: Khaneh
Honar Mandan ou a Casa dos Artistas
A arte contemporânea no
Irão concentra-se essencialmente em Teerão. Na Khaneh Honar Mandan
encontra-se uma comunidade de jovens artistas, com um ar boémio
distinto dos restantes jovens de Teerão. O edifício surge no centro
do parque Park-e Honar. Com oito galerias espalhadas por dois pisos,
este espaço é ninho de várias exposições de escultura, pintura e
fotografia contemporânea. Para alimentarem a vossa curiosidade,
visitem www.iranartists.org
Uma expressão:
Baba valehshk – take it easy em farsi
É daquelas expressões
que vêm para ficar. Um grupo de jovens que encontrámos em Teerão
no Sa’d Abad Museum Complex usavam tanto esta expressão como
referenciavam o Cristiano Ronaldo quando dizíamos que eramos
portugueses. De registo familiar, ela pega-se e vai ganhando outras
formas linguísticas pelo país fora.
O trânsito em Teerão?
Ao início estranha-se, depois entranha-se. Usar cinto? É mentira. É
um autêntico caos organizado. O trânsito raramente pára, mas uma
estrada de três faixas transforma-se numa de cinco. Caos sim,
palavrões não. Existe uma espécie de consenso nacional em que o
politicamente correcto seja o comportamento usual atrás do volante,
apesar do ziguezaguear constante em ultrapassagem pouco amiga do código
da estrada.
As moto-táxi são como uma atracção numa feira de verão. São baratas, entra-se com receio e sai-se com vontade de dar mais uma volta. Os próprios iranianos fixavam-nos de olhos esbugalhados e de queixo no chão quando pedíamos por uma moto-táxi – moto taxi no good for you, very dangerous. Eramos três numa mota, nada de proeza olímpica quando já vimos uma família de seis movimentar-se dessa mesma forma. No entanto, a adrenalina transforma-se em eufemismo quando se passa entre uma carrinha carregada de mercadoria e um autocarro em que os passageiros estão à distância de um Hi five tal como entre moradias de Alfama velhotas fazem troca de naperons.
Um prato: Abgusht
ou Dizi
Um prato tem dois nomes,
o primeiro quando é servido tal como está no tacho para o prato e é
conhecido por Ab Gusht. O segundo quando se verte o caldo de
tomate para uma tigela e se esmaga os restantes ingredientes num
recipiente, é o famoso Dizi.
O ritual deste prato tradicional iraniano torna a refeição em si tao saborosa. Em primeiro lugar, afogam-se bocados de pão no caldo de tomate. A seguir, esmaga-se a batata, o grão-de-bico, o tomate, e a carne de carneiro. Servido com um prato de verduras sabzi, saboreia-se cada bocadinho embrulhado no pão ou à colherada para os menos gulosos.